“Uivemos, disse o cão.”
Ovacionado, vaiado, adorado e contestado. Há quem diga que se trata apenas de mais um comunista que não respeita as tão sagradas instituições da nossa sociedade: família, estado, Igreja, propriedade. E há quem defenda que seja, talvez, um dos maiores gênios da língua portuguesa. Particularmente sou destes últimos. A maneira como escreve, as idéias em contradição. Saramago foi o autor que melhor conseguiu representar, de maneira escrita, a cadência de pensamentos e diálogos na nossa língua. É completamente diferente de tudo o que já foi feito. No começo pode parecer estranho e é realmente difícil conseguir definir quem fala o quê... mas depois que se pega o jeito, é viciante.
Isso apenas falando de forma! vamos, então, ao conteúdo.
“Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam.”
Por experiência própria, a crise interior que um livro seu pode causar é imensurável. Cada parte, cada situação, parece ter sido escrita para te atingir. E atinge. Ele chega aos mais profundos e sombrios vales da alma humana e, num só pulo, te traz de volta ao palpável, ao mundo que vive, ao local onde és influenciado e controlado sem se dar conta. Encantador na sua escrita é a simbologia, é como ele consegue criar personagens tão gerais e ao mesmo tempo tão cheios de personalidade, tão específicos. É como ele prova que estamos o tempo todo condicionados, o tempo todo à mercê de ideologias e dogmas, de estruturas e de como é impossível ser livre.
De início, recomendo O Conto da Ilha Desconhecida. Trata-se de um livreto muito breve. Ideal para iniciar-se neste mundo ao mesmo tempo simples e complexo. Para quem procura uma leitura mais existencial, recomendo O Homem Duplicado. Ele coloca em cheque toda a idéia da globalização e da identidade individual no meio disso tudo. Se procura uma leitura mais política, recomendo Ensaio Sobre a Lucidez – que não é, necessariamente, uma continuação do Ensaio Sobre a Cegueira, embora se passe na mesma cidade e tenha alguns personagens em comum... Enfim, sua obra é muito vasta. E a cada livro lido a vontade de descobri-la por completo cresce. Leiam Saramago, é apaixonante!
“O caos é uma ordem por decifrar.”
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Juh Guedes, 21 anos, Ariana, faço parte do Instituto Querô 'Empreendedorismo e Cidadania através do Cinema' onde tenho aulas de Audiovisual com os melhores profissionais do ramo, produzi diversos Curtas-Metragens e agora Videoclipes também. Amo Música, Moda, Cinema, Fotografia, The Beatles, Nirvana, viciada em Scott Pilgrim também. Escrevo bastantes textos, poesias e roteiros e futuramente uma Fotógrafa.