Vivemos em um mundo em que o teste, a competição e a complicada relação entre a mesmice (que já nos foi obrigada a engolir) e a incerteza de um futuro prazeroso bate de frente com o sentido de liberdade natural de um ser. Só que nós, humanos, reagimos. Refletimos até o limite da condição humana e descobrimos que teremos que progredir no mesmo caminho de uma regressão social que nos trará o verdadeiro sentido de liberdade. Dependendo de seu entendimento, correríamos na contramão, nos tornaríamos inúteis (de acordo com o nosso mundo real) ou brincaríamos de provar que a condição humana não necessita do virtual, do irreal, do simples (ou mais complicado) objeto mecânico sem vida e que no final das contas não nos tornariam nem mais e nem menos que o próximo. Talvez assim acabássemos com a obrigação de engolir sem ao menos mastigar. A competição seria aquela que simplesmente seguiria e que não encontraria o apoio para “cantar” o destrutivo e o insociável.


Baseado no livro de Jon Krakauer, que conta a história verídica de Christopher McCandless, Na Natureza Selvagem relata os dias em que Christopher (Emile Hirsch), decide que sua vida não será pré desenhada, e sim incerta usando como seu principal senso direcional, o acaso. Assim, enfrentando o materialismo presente no dia a dia de uma sociedade capitalista, Christopher, doa todo seu dinheiro (reservado pelos pais para que ele usasse quando se formasse) a uma instituição de caridade, e sem nenhuma explicação abandona a segurança paterna e parte sem rumo ao inesperado. Atravessando uma boa parte da America, através dos mais
diferentes meios encontrados, Christopher começa a traçar um rumo que o livraria da imposta obrigação de relação humana, designando um ponto na imensidão, o Alasca.

Se tratando de um Road Movie brilhantemente dirigido por Sean Penn e com a trilha impecavelmente composta por Eddie Vedder, podemos prever que não perderemos o nosso tempo assistindo e assim, nos colocaríamos em uma condição em que o tempo não mais importaria e sim o prazer verdadeiro, absoluto e selvagem. 
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Convidado do Post de Hoje:
Igor Porta